quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As Garotas Da Minha Vida

Bem, pessoal, essa é meio que uma retrospectiva da minha vida vista da parte amorosa e gay. Desta vez os garotos não estão inclusos, um dia eu ainda faço uma postagem com os "garotos da minha vida" , mas vamos continuar com as garotas por enquanto, ok?

#1. A Primeira
Eu tinha 4 anos de idade e estudava num colégio perto da minha casa, em Taguatinga Sul, que tinha um uniforme horroroso e verde. O nome dela eu acho que nunca vou saber, mas o apelido era Carol. Ela era linda, parecia uma boneca: pele muito branca, cabelos pretos muito longos e lisos (descrevendo assim parece até a Samara de "O Chamado"!). Eu não conseguia tirar os olhos dela, e, sempre que tinha uma desculpa, sentava do seu lado e tantava brincar com ela no recreio (só que ela era muito tímida e quase não falava com ninguém...). Eu não entendia o que eu sentia, tampouco sabia o que era "paixão" ou "amor", naquela época o que importava mesmo era Power Rangers e Chiclete das Chiquititas.

2#. A Anônima.
Eu nunca soube o nome dela. Tudo o que eu sei é que a gente estudava na mesma escola e ficava se olhando muito carinhosamente no recreio. Ela tinha um rosto redondo, olhos grandes e levemente puxadinhos, lábios carnudos que sempre exibiam um sorriso. Um dia, um garoto valentão do colégio (que seeeeeempre me batia no recreio... acho que ele era apaixonado por mim) me derrubou no chão (ah, minha cara é amassada até hoje por causa dessa!), e ela, que por sorte estava bem perto do local onde eu caí, correu até a lanchonete, pegou gelo e colocou na própria camisa para me socorrer, rindo, como sempre.

3#. A Caminhoneira
Essa aí despertou o meu interesse desde o primeiro dia! Eu nunca fui com a cara dela, achava ela muito machona e grossa, mas tinha alguma coisa que fazia com que eu não tirasse os olhos dela. Nessa época eu tive o primeiro contato com a palavra "sapatão", por conta das minhas amiguinhas patrícias que diziam isso pra lá e pra cá sobre a coleguinha caminhoneira, mas eu não sabia que sapatão era mulher que ficava com mulher, pensava que só se vestia de homem!!

4#. A Ruiva
Sempre tem um diabo de um ruiva! Não é a toa que eu gosto de manter meu cabelo vermelhinho... Inclusive, foi nessa época, com dez anos, que eu pintei o cabelo pela primeira vez (de muitas). De que cor? De vermelho! Essa menina estudava na mesma sala que eu, e os cabelos dela, nossa, eram ruivos de verdade, longos, volumosos e ondulados. A pele branquinha e sardenta... (se ela tivesse um sobrenome garanto que seria Weasley!). Além disso, ela era uma das pessoas mais carinhosas que já conheci, que me punha pra deitar no colo dela e fazia cafuné na maior boa vontade.

5#. A Problemática
Ela não tinha nenhum atributo físico, mas foi pela personalidade transgressora que eu me apaixonei. Sim, pela primeira vez eu pude admitir para mim mesma "estou apaixonada por essa garota". Ela era do tipo que só usava preto e tinha os cabelos sujos e oleosos no melhor estilo Kurt Cobain. Gostava de Nirvana, de Christiane F. , de cigarros e de revista Capricho. Com ela eu fumei meu primeiro cigarro, e me convenci de que pra ser alguém na vida eu tinha que virar Roqueira.

6#. A Real
Ela realmente gostava de garotas. Mas eu nem a conhecia direito. Combinamos de ficar durante um festival, com a minha melhor amiga de espectadora, mas na hora eu fiquei nervosa e desisti. Burra...

7#. A Melhor Amiga
Não precisou mais de uma pergunta: "fica comigo?". E pronto, ficamos. Ela topou porque nós eramos o cúmulo de "íntimas". Na primeira noite, além de beijos, trocamos carinhos inocentes, e dormimos de conchinha. Nós nunca fomos apaixonadas uma pela outra, mas era divertido espalhar na escola que éramos bissexuais!

8#. Whiskey
Ela era 6 anos mais velha que eu. Ficamos bêbadas durante uma festa e tivemos um affair de um dia. Foi a experiência mais erótica da minha vida até aquele momento. Ela era metaleira, sempre com camisas de banda, calças pretas e coturnos. Uma ou duas tatuagens bem discretas, mas que eu achava o máximo. Até hoje tremo quando escuto o nome dela. Por ela eu cultivei uma paixão tão doentia e cega que acabou com a minha vida. Nessa brincadeira meus pais acabaram por descobrir tudo: o álcool, os cigarros e o pior, a homossexualidade. Resultado: dois anos sem falar com o meu pai, depressão crônica e duas tentativas de suicídio.

9#. Lolita
Ela era 3 anos mais nova que eu, e uns três níveis acima de mim no Balé Clássico. Eu dava mole pro irmão dela, e ela me via como um professora pra vida: roqueira, descolada, bissexual, fumante e cheia de merda na cabeça. Eu a amava, de verdade. A gente ficava de vez em quando, e só. Ela nunca gostou de mim pra valer.

10#. A Carioca
Morena marrenta e brava. Assim que eu gosto de chamar essa mulher que mudou a minha vida. Quando eu a vi pela primeira vez, não soube dizer se era uma garota mesmo, pois trajava roupas muito largas, cabelos longos sem corte presos num rabo baixo, sobrancelha por fazer e absolutamente nenhum acessório. Fomos apresentadas numa aula de coral e viramos grandes amigas logo de cara. Sempre antes da aula de teatro nos encontrávamos atrás das cortinas e ela deitava no meu colo para ganhar um cafuné ou uma limpeza de pele. Um belo dia ela me apareceu com cinquenta centímetros de cabelo a menos, e eu finalmente notei o quão bonita ela era. Ela era daquelas pessoas com muitas idéias boas na cabeça, consciência política, social e ambiental. Não queira entrar numa discussão com ela! Ao mesmo tempo ela era a criatura mais doce, apaixonada e carinhosa do mundo, que inventava uma brincadeira nova todo dia.

11#. A Loira
Eu tinha sonhado com essa mulher algumas vezes na vida, mas nunca a tinha visto. Foi como se o mundo inteiro parasse naquele momento. Ela era tão linda, tão parecida comigo em tantos aspectos! Melosa, apaixonada e levemente otaku. Aprendi a dirigir com ela, e a ter medo dela dirigindo. Com ela, as coisas ficaram sérias: dividir o teto, as contas e o carro. E mesmo que não fôssemos o melhor exemplo de paz e harmonia no lar, fomos definitivamente feitas uma pra outra. Loira, ruiva, de cabelo azul, branco ou careca mesmo. Por mais que eu deteste animes e ela deteste Smashing Pumpkins, amamos ir ao cinema, amamos chocolate, amamos coca-cola gelada, amamos ficar abraçadinhas, amamos banho quente e demorado, amamos dormir de conchinha, amamos a idéia de que se for pra sempre, ótimo!

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