segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Insônia

Sei que vou me arrepeder profundamente disso amanhã de manhã quando implorar pra meu despertador mais cinco preciosos minutos de sono.

Comprei um monte de filmes "sessão da tarde" hoje: Os Garotos Perdidos, O Jardim Secreto, e, mais sessão da tarde impossível, A Lagoa Azul! Acho que vou assistir esse agora...

Só pra organizar minha idéias de formiga agora... Eu realmente quero esquecê-la, quero me mudar, quero ir pra Paris, correr no Louvre, bater aquele recorde... nunca mais ter que sentir a secura maldita dessa cidade tão cheia de Fulanas, tão cheia de jamelão espatifado, tão cheia de luzes e tão artificialmente planejada para enganar os olhos dos apaixonados.

Não quero mais ouvir a música que estou ouvindo, não quero mais ter que ler tantos poemas, tantas letras, tantas músicas escritas para mim. Não quero nunca mais também ver olhos verdes ou cor de caramelo. Nunca mais cair de amores, nunca mais cair, até...

Nunca mais vou deixar de tomar remédio. Nunca mais vou ser eu mesma, que essa minha vida, minha morte, minha loucura e minha insistência no que é errado, nocivo e cortante faz com que tudo ao meu redor acabe por se dilacerar, sangrar e cuspir na minha cara.

Juro que não fiz, não faço por mal, e que me sinto uma louca freira a pedir perdão e misericórdia pelos pecados que nunca cometeu ou irá cometer. Por que pede perdão? Antecipa, para não ser surpreendida. Já se desculpa antes mesmo de cometer algum erro, se é que vai cometer algum...

Lembo sempre de uma peça maravilhosa que encenei, junto a pessoas também maravilhosas, na qual o personagem Jó dizia: "Se estou certo, Deus me castiga, se estou errado, Deus me castiga".
Eu, como meu deus, me castigo, às vezes tão severamente que acabo por ser meu próprio medo.

"(Alice) Em geral dava conselhos muito bons para si mesma (embora raramente os seguisse), repreendendo-se de vez em quando tão severamente que ficava com lágrimas nos olhos"

Lewis Carrol - Alice no País das Maravilhas

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